quarta-feira, 27 de abril de 2016

Cães medrosos e traumatizados

Cães medrosos e traumatizados

Introdução

Alguns cães podem ser medrosos e inseguros por diversos motivos. E dependendo de como o dono interfira, eles podem até desenvolver traumas. Seja de pequeno, médio ou grande porte eles entram em pânico ficando totalmente desequilibrados e muitas vezes nem sabemos o motivo.

Mas você já parou pra pensar por que eles têm tanto medo assim?
Qual é o verdadeiro motivo?
Entenda melhor o seu cão!

No período mais vulnerável da vida de um filhote, aumenta o risco de ser traumatizado!

Quando o medo aparece?


Existem dois períodos de maior atenção com seu filhote!


O primeiro ocorre entre 8 e 12 semanas de vida, que corresponde ao período do desmame e separação de sua família canina. Ele pode se sentir inseguro e com medo longe da proteção de sua mãe canina e seus irmãos.

O segundo ocorre entre 12 e 20 semanas de vida, que é a fase de maior atenção e aprendizado na vida de um cão. A maioria dos cães passa por essa fase sem muitos sustos, porém, se algo traumático acontecer, podem ser fixadas sequelas no cão em determinada situação.

Mais de 10% dos cães são medrosos: Esses cães passam a maior parte do dia com pavor de alguma coisa: ruído de carros, trovões, de pessoas ou animais desconhecidos e até de passear. O animal mostra-se assustado, agitado ou acuado, parece que está sempre esperando o pior.


Trauma genético

Alguns cães são mais sensíveis do que outros com relação a sons altos e movimentos bruscos.
Pode ser genético, pois adquirem do pai ou da mãe que já eram medrosos. Alguns sinais clássicos são procurar um canto pra se esconder quando alguém bate palmas ou fala muito alto perto deles. Às vezes, somente pelo simples fato de uma pessoa projetar seu olhar contra o do cão já é motivo para o animal se intimidar. O jeito é tentar diminuir a sensibilidade dele gradualmente com treinos diários para que ele supere esses medos da melhor maneira possível.

Trauma de ninhada

Qual é o momento ideal para tirar um filhote da ninhada? Quando levar um filhote para casa?
Muitas pessoas ficam com essa dúvida, mas o ideal é tirar o filhote do convívio de sua mãe e seus irmãos somente após os 90 dias de vida. A mãe será o ser mais importante para o filhote nesse período para alimentá-lo, fornecer calor corporal, fornecer anticorpos através do leite e ensinar as primeiras lições de vida com toques físicos. Assim, de forma gradual, acontecerá o desmame dando chance de mãe e filhote se acostumarem com esse processo no tempo ideal. Outro fator importante nessa fase é o convívio com seus irmãos de ninhada, pois aprenderá a interagir com eles e irá compreender melhor os sinais caninos, fator muito importante para futuramente ter boa socialização com outros cães.
Antecipar a vinda do cão para casa e poupá-lo desse convívio e aprendizado seria interferir nesse processo todo e impedir que seus instintos mais básicos de cão (olfato, audição e visão) sejam desenvolvidos. O cão poderá se tornar inseguro e ficar mais vulnerável a todas as situações adversas do mundo afora.

Estímulo do ambiente

Os cães reagem de acordo com o ambiente em que vivem. Se um cachorrinho vive com uma família cheia de crianças, dificilmente ele irá se importar com as brincadeiras, barulhos e agitação. Porém se um cão for criado em uma casa silenciosa, sem muita movimentação provavelmente vai estranhar os momentos de agito. Por isso é muito importante que seja feita experiências com ele nesse sentido no período da socialização.

Trauma por associação

Se uma cadeira cair em cima da patinha do filhote, causando dor e fazendo grande barulho, ele ficará inseguro e com medo diante desse tipo de barulho, pois irá associar o barulho com a dor. Às vezes, coisas muito mais sutis aos nossos olhos podem causar esta associação. Por exemplo, uma porta que bate com o vento fazendo grande barulho na hora de fazer xixi ou uma bronca muito ríspida por fazer as necessidades no local errado, poderá associar com as suas necessidades e por medo começar a evitar fazer xixi e coco. Levar uma pisada, sem querer, de uma pessoa estranha poderá associar pessoas estranhas com algo ruim.


Cães medrosos e inseguros sofrem mais com fogos de artifício

Diferente da fase de impressão do medo, os estímulos negativos precisam ser muito fortes para que o medo se torne permanente. Por isso é importante lembrar que as broncas na fase de socialização não precisam ser com gritos ou agressões, bastam ser firmes e corretas.