segunda-feira, 3 de outubro de 2022

FILHOTES, curiosidades!

Algumas características que os cães apresentam na fase mais importante da vida.


Quando um filhote de cão chega numa nova família, é um mundo novo pra ele e para os tutores. O cãozinho está descobrindo tudo ao seu redor e completando o seu amadurecimento. Portanto, ele passa por muitas mudanças rapidamente. Muitas vezes o filhote fica com medo, não interage muito com as pessoas. Nesse momento é muito importante fazer uma adaptação positiva com tudo e com todos os indivíduos da nova “matilha”. A socialização correta nessa fase é essencial para ajudar o filhote a superar os desafios e se desenvolver positivamente. Aprender a atender pelo nome, fazer as necessidades no local sugerido, tomar banho, ser manuseado e saber quais objetos ele poderá interagir.


Existe um melhor momento para fazer a socialização?

O melhor período para fazer a socialização do filhote é dos 2 aos 4 meses de idade. Nesse período ele já está bem receptivo a tudo. Nesse período é importante que ele conheça o maior número de pessoas, animais e lugares possível. Mas é importante que seja feito com tranquilidade, segurança e com animais receptivos e vacinados.

Filhote até quando?

Os cães são considerados filhotes até os seis meses de vida, quando devem atingir a puberdade. No caso das fêmeas, a puberdade chega quando entram no cio. No caso dos machos, ocorre quando começam a levantar a pata para urinar e marcar território. Os cães de raças grandes podem manter-se filhotes até 1 ano e meio de idade. Nas raças gigantes podem levar até 2 anos.


A cor dos olhos sempre muda?

O tom azulado dos olhos nos primeiros dias de vida do cão não é definitivo. Isso ocorre porque o olho do filhote, ao nascer, não está completamente desenvolvido. Chega ao amadurecimento 
entre 2 e 4 meses de idade.

 Leite só da mãe?

O cachorrinho só deve tomar leite materno ou, no caso de não ter essa possibilidade, um substituto indicado pelo veterinário. O leite de vaca não tem todos os nutrientes necessários para o cachorro e ainda pode causar diarreia.


Quando fazer o desmame?

O filhote deve ter pelo menos 60 dias para desmamar da mãe. Entre 3 a 4 semanas de vida eles começam beliscar a ração, mas só estão completamente desmamados aos 2 meses de vida. Este é o momento em que ele poderá ser separado da mãe e seus irmãos, porém, por questões de socialização, é indicado que ele fique até os 90 dias com sua ninhada antes de ser levado a uma nova família.

Normal dormir tanto?

Os filhotes dormem muito tempo, chegando a 16 horas por dia. A rotina normal do pet após acordar é, se alimentar, fazer as necessidades, brincar um pouco e dormir muito novamente. Filhotes sempre devem estar dispostos a interagir quando estão acordados. O contrário pode ser sinal de algo errado!

Traumas na fase de filhote afetam a vida adulta?

O filhote em seus primeiros meses de vida é muito sensível, e seu contato com o mundo, as pessoas e outros animais deve ser acompanhado com cautela. “Tudo o que um cão passa na fase de filhote irá refletir no seu comportamento quando adulto”. Experiências boas ou ruins irão aflorar, depende somente da forma que seus donos estão interagindo, brincando, socializando e educando. É fundamental que o cão tenha segurança e momentos positivos em todas as situações para que ele associe tudo da melhor forma possível. Manuseio errado e excesso de punições violentas fatalmente vai gerar traumas.

É normal um filhote apresentar agressividade?

Brincadeiras mais intensas são normais, mas comportamentos agressivos devem ser bloqueados pelo seu dono. Alguns cães se impõem mais do que outros e devem ser corrigidos, porém sem gerar traumas. O tutor não pode aceitar rosnados e agressividade quando for manusear o cão, retirar um objeto da boca ou mexer na ração, por exemplo. O filhote precisa estar completamente submisso para poder corresponder positivamente ao seu dono. Isso deve ser ensinado desde cedo, com naturalidade e firmeza.


E o mais importante, o vínculo! 

O filhote não precisa de muito tempo para estabelecer um laço de afeto e vínculo com seu tutor. Em poucos dias o cãozinho começa a compreender quem cuida dele, interage e o alimenta. Isso faz com que o cão comece a seguir mais uma pessoa ou outra dentro de casa. Se o dono realizar atividades com regularidade, trazendo troca de comunicação, informação e promovendo novos desafios ao cão, ele estabelecerá um vínculo positivo e de confiança. Mas não podemos esquecer que os cães precisam interagir como cães, ou seja, praticar atividades próprias da sua espécie, que desenvolvam seus instintos e aumente sua qualidade de vida. Um vínculo positivo de confiança bem estabelecido, sempre será o fator determinante para uma boa comunicação entre cão e dono.

quarta-feira, 6 de julho de 2022

Lobo e Vaco

Truques para educar seu cão


Treinos rápidos para tutores que têm a vida muito agitada

Muitas vezes o cão se torna muito agitado ou ansioso e não obedece a um simples pedido. Esse mau hábito se formou por desconhecimento de algumas técnicas de educação canina. O interessante é que, mesmo quem tem um dia muito corrido, pode educar seu cão em casa a ponto de ele se tornar uma referência de bom comportamento.

Hierarquia: Faz parte do universo canina saber e entender a posição deles no grupo onde estão inseridos. Logo cedo eles tentam entender se “lideram” ou se são “liderados” dentro do contexto de “matilha”.

O que se vê frequentemente são os cães tratados como filhos mimados, sem limites. O resultado do excesso de liberalidade tende a ser o desenvolvimento de maus hábitos. As chances de um cão criado sem limites se tornar desequilibrado, latir muito, pular ou morder os donos para obter controle, são elevadas.

Ozzy Osbourne
Treinos práticos

1. Valor do “reforço negativo”

Desde o primeiro contato e a chegada do cão em casa, deve ficar bem claro para ele o que não deve fazer. O “não”, o “toque”, o “gesto” ou um “som com a boca”, podem ser recursos para o tutor utilizar na hora de indicar as coisas que ele não pode fazer. Naturalmente os cães prestam mais atenção nas expressões e gestos corporais, e só em seguida na vocalização. Portanto, para que a bronca funcione, o seu corpo também tem que se comunicar com o cão. Não seria usar ódio ou agressividade, basta olhar diretamente nos olhos do seu cão e com uma entonação de voz ser firme em determinada situação.


2. Recepção em casa

Chegadas e saídas de casa devem ser sempre em clima calmo e tranquilo, pois se o cão entrar em euforia, o tutor deve acalmá-lo. A recompensa, o carinho e a atenção devem ser feitos quando o animal estiver bem calmo e equilibrado. Cães que latem incessantemente ou que urinam de excitação com a chegada de alguém dão sinais de ansiedade excessiva.


Atena

3. Interação e passeio

Toda atividade começa antes de apresentar um objeto ou colocar algum equipamento de passeio como a coleira. Aguarde o “time” certo, quando o cão estiver tranquilo e calmo, se ele estiver muito agitado ou ansioso não prossiga com a atividade. Na rua, não permita que seu cão lata desesperadamente para outros cães e pessoas. Se isso ocorrer, interrompa imediatamente a caminhada. Para isso, use os sinais de controle para bloquear esse comportamento. A regularidade das atividades, passeios e interações é importante no processo educativo. Promove a socialização e, com isso, contribui para a maior naturalidade na aceitação de outros cães e pessoas.



Ron Wood
4. Saúde mental do seu cão

Aproveite os tempos livres para interagir com seu cão, isso aumenta o vínculo e cumplicidade de ambos, o que contribuirá positivamente para o bom comportamento dele. Os passeios podem ser prolongados, ganhar novos percursos e destinos. As atividades e comandos de obediência podem ser praticados como brincadeiras. Essas interações são importantes para proporcionar a saúde psicológica e física do cão. Cachorro cansado é mais feliz e dá menos trabalho em casa.

5. Interações rápidas

Pequenas interações durante o dia são mais um recurso precioso para aumentar a cumplicidade com o cão e mantê-lo emocionalmente equilibrado. Interações rápidas como brincar de busca com bolinhas ou objetos é uma ótima atividade para exercitar o cão, mesmo em espaços pequenos. Esconder comida pela casa para o animal encontrar exercitando o olfato estimula a concentração pet e o distrai, deixando-o mas equilibrado psicologicamente.

6. Aprender a ficar sozinho

Se o cão ficará dentro de casa sem nenhuma companhia procure amenizar a falta de distração típica dessas situações. Guarde brinquedos exclusivos para essas situações, interativos como bolas que desafiam a cognição e habilidades para retirar petiscos de dentro delas, coco verde e garrafas pet para destruírem ou qualquer objeto que prenda a atenção do cão por um bom tempo. Não cometa o erro de fazer “sessão” de despedida. Isso só aumenta o sofrimento do animal nos momentos de solidão. Se frequentemente o cão viva sozinho, considere a possibilidade de trazer outro animal para lhe fazer companhia. A convivência em bando faz parte do instinto de matilha dos cães. Porém, procure analisar as condições gerais e qual raça e sexo seria melhor para conviver junto ao seu cão.

Thor
7. Treino de obediência

A obediência básica faz toda diferença para controlar o cão nas mais diferentes situações, inclusive nas práticas de exercícios. Os comandos aprendidos em treinamentos fazem que o animal tenha mais foco e atenção ao seu tutor, saiba aguardar comandos específicos e executar na hora certa. Dentro dos treinamentos o cão fica condicionado a certos comportamentos como caminhar junto e ao lado correto do seu tutor. Os comandos são praticados de maneira correta nas interações e brincadeiras aumentando a comunicação e o vínculo com seu dono.

8. Educação com consistência

O tutor e os demais moradores da casa precisam adotar os mesmos comandos e as mesmas permissões e proibições da casa para que o treinamento fique claro para o cão. A falta de consistência na educação, como quando se permite subir no sofá às vezes e, em outras vezes, proíbe, é uma das causas mais comuns de cães “mal-educados”. Sem saber claramente o que se espera dele, o animal fica inseguro e o aprendizado se torna difícil. Então, defina bem as regras com todos os membros da casa e coordene para que todos sejam consistentes. É mais fácil para o cão entender quando a regra fica bem clara.


Zeus
Mau hábito persistente

Em geral, os problemas comportamentais caninos resultam de educação incorreta e erros de manejo praticados pelo próprio tutor.

Se mesmo com todas as dicas e orientações de educação e obediência canina persistir algum problema comportamental em seu cão, a melhor forma de conseguir ajuda é através de um especialista em comportamento canino, pois muitas vezes o comportamento está muito viciado ou pode haver traumas pelo manuseio incorreto. O trabalho do profissional é identificar a causa do problema e passar orientações e técnicas aos tutores do animal para que eles mesmos consigam fazer as correções no seu pet. Muitas vezes, esse trabalho inclui mudanças na forma de os tutores lidarem com seu cão!



sábado, 29 de janeiro de 2022

Calming Signals

Chewie
Sinais calmantes: A arte da sobrevivência!

Calming Signals ou sinais calmantes é um termo concebido pela treinadora de cães e etóloga canina norueguesa, Turid Rugaas, para descrever os padrões de comportamento usados ​​pelos cães ao interagir uns com os outros em ambientes que causam estresse elevado e ao transmitir seus desejos ou intenções. O termo tem sido usado de forma específica como "sinais de apaziguamento". Sinais de apaziguamento são formas comunicativas usadas por cães para diminuir a intensidade de encontros agressivos ou para prevenir completamente o desenvolvimento de encontros agressivos. Os sinais calmantes são realizados por um cão (remetente) e direcionados para um ou mais indivíduos (destinatários), que podem ser cães ou indivíduos de outras espécies, como humanos. Quando os sinais de calma são ignorados, um cão pode exibir sinais de alerta de agressão, e isso tem o potencial de se transformar em conflito direto entre os indivíduos.

A domestificação de cães por humanos alterou significativamente os padrões comportamentais observados em espécies ancestrais, como o lobo ( canis lupis ). Os cães desenvolveram mudanças na linguagem corporal, bem como alterações nas exibições auditivas e olfativas ao longo de cerca de 30.000 anos, e muitos desses padrões comportamentais modificados podem diferir em significado, dependendo da espécie do receptor desse sinal pretendido. Sinais calmantes podem ser liberados por um indivíduo voluntariamente, ou podem ser uma resposta involuntária a estímulos ambientais como resultado de mudanças induzidas pelo estresse na química do corpo, como a liberação de um odor do corpo quando ansioso.

História

No passado, estudos sobre comportamento social em lobos foram usados ​​para fornecer informações sobre padrões de comportamento social em cães domesticados. Embora o cão domesticado “canis familiaris” seja descendente de lobos “canis lupis” e, portanto, compartilhe 
certas semelhanças, diferenças distintas na morfologia e no ambiente em que as duas espécies evoluíram podem causar a transpiração de conclusões imprecisas sobre padrões de comportamento de comunicação em cães domesticados ao aplicar o conhecimento adquirido 
pelo estudo de lobos. Assim, o agrupamento de espécies ancestrais e descendentes não é considerado um método apropriado para estudar sinais calmantes em espécies domesticadas de cães.

O estudo para comportamento agressivo em cães domésticos varia do dos lobos. A maioria das raças de cães domésticos são menos propensas a se envolver em comportamento agressivo do que suas contra-partes ancestrais e, portanto, são mais propensas a exibir sinais calmantes para difundir o conflito. Em raças de cães que diferem muito da morfologia do lobo, como os pugs, sinais visuais estarão ausentes ou altamente modificados, pois não têm mais capacidade física ou meios para transmitir esses sinais. A neo-enia também pode explicar a perda de certos sinais visuais em cães domésticos e a retenção de novos sinais nas gerações subsequentes.

Tipos de Sinais Calmantes

Os cães usam indicadores visuais, auditivos e olfativos para se comunicarem com sua própria espécie e, também com outras, como os humanos por exemplo. A maioria dos sinais calmantes estudados são os visuais e às vezes são acompanhados por sinais auditivos, ou seja, um gemido agudo pode ser acompanhando de um bocejo.

Exemplos de comportamentos classificados como sinais calmantes:

· Virar a cabeça
· Suavização dos olhos
· Afastando-se
· Lamber os lábios e/ou nariz
· Congelamento do corpo
· Movimentos corporais lentos
· Exibindo um arco de jogo
· Sentado
· Deitado
· Bocejo
· Cheirar o chão
· Andando em uma curva
· Abanando o rabo em uma posição baixa
· Reduzindo o tamanho do corpo
· Lambendo a boca do destinatário
· Piscando
· Estalando os lábios
· Levantando uma pata


Os padrões comportamentais listados acima têm potencial para serem usados ​​como sinais calmantes, mas só são classificados como tal no contexto apropriado. Por exemplo, um cão deitado quando descansando não seria considerado um sinal calmante, mas um cão deitado quando abordado por outro cão já poderia ser considerado um sinal. Assim, os sinais calmantes são respostas comportamentais dependentes do contexto ao ambiente de um cão.

Nem todos os sinais calmantes têm a mesma eficácia de evitar encontros agressivos ou transmitir a intenção de um cão, pois os cães exibem preferencialmente certos sinais calmantes em detrimento de outros, dependendo de fatores externos, como a distância entre o remetente e o destinatário do sinal e a familiaridade do destinatário ao remetente. É mais provável que um cão exiba um sinal calmante quando estiver interagindo diretamente com outro cão e quando os cães estiverem separados por uma pequena distância. Lamber os lábios é um sinal calmante cujo uso aumenta em frequência à medida que a distância entre o remetente e o destinatário diminui. No entanto, cheirar o chão e bocejar, que são considerados sinais calmantes, são exibidos com mais frequência quando a distância entre o remetente e o destinatário aumenta. Sinais calmantes mais comuns exibidos por cães em geral são de congelar, lamber o nariz e virar o corpo para longe da fonte da escalada, ou seja, um cão mostrando os dentes ou rosnando.

Interações cães/humanos:

Cães domésticos exibem sinalização interespécie, especialmente aos humanos. Como os cães domésticos coabitam o mesmo ambiente que seus donos, os humanos são seus principais parceiros sociais, e há um grande nível de interação entre os dois. Lamber os lábios e desviar o olhar são comportamentos categorizados por sinais calmantes que são usados ​​por cães em interações entre espécies e interespécies e, em ambos os casos, acredita-se que sejam usados ​​para apaziguar o destinatário. Lamber os lábios é usado como um comportamento de saudação para estabelecer uma base pacífica para futuras interações.

Compreender os sinais calmantes caninos é crucial para experimentar interações positivas com os cães. Crianças com menos de seis anos de idade são menos propensas a interpretar corretamente os sinais de calma auditivos e visuais exibidos por cães e, por isso, têm maior probabilidade de se tornarem vítimas de um ataque de cão. Nos casos em que as crianças não conseguem interpretar e responder adequadamente os sinais calmantes, a interação cão-humano provavelmente aumentará e o cão poderá apresentar comportamentos agressivos, como morder.

Contato postural e visual
Interações entre espécies:

O encontro de dois cães, o cão “remetente” exibi comportamentos calmantes, suavizando os olhos e reduzindo o tamanho do corpo. Esses sinais são frequentemente usados ​​por cães em pré-conflito para evitar comportamentos agressivos e recuperar um ambiente social pacífico. Os cães desenvolveram mecanismos sociais de pacificação para aliviar, prevenir ou resolver conflitos. Alguns desses mecanismos de comportamento são sinais calmantes.

Grupos sociais de cães exibem dois tipos de padrões de comportamento de sinais calmantes pós-conflito: os dois oponentes do conflito exibem os sinais calmantes (reconciliação), ou entre um terceiro membro do grupo social (afiliação pós-conflito iniciada por terceiros).

A familiaridade e a distância entre dois indivíduos afetam a frequência do uso de sinais calmantes e os tipos de sinais usados. Sinais calmantes são usados ​​entre cães para evitar a escalada de um encontro agressivo. Os sinais calmantes entre espécies podem ser voluntários, como lamber os lábios, ou involuntários, como a liberação de odores das glândulas durante interações de alto estresse. Em ambos os casos, o receptor recebe o sinal, entende seu significado e age de acordo com essa informação, muitas vezes tomando medidas para amenizar o ambiente estressante, alterando sua linguagem corporal ou comportamento. Sinais calmantes não são exibidos em interações entre espécies quando o nível de agressão ou ameaça excede o limite de agressão do remetente. Nesses casos, os cães são mais propensos a confiar em comportamentos submissos. Sinais calmantes só são úteis para um cão quando há uma probabilidade grande o suficiente de que a direção do encontro possa ser alterada para diminuir a agressividade.