terça-feira, 21 de outubro de 2014

Animais têm sentimentos?

Estudos comprovam que certos animais também têm sentimentos

Semelhanças básicas entre os sinais cerebrais dos humanos e de alguns animais mostraram que os mamíferos, as aves e os invertebrados como o polvo também apresentam estados mentais, ações intencionais e inteligência. Por Benedito Fortes de Arruda

Durante séculos, o meio acadêmico se mostrou cético com relação à capacidade de os animais manifestarem sentimentos, como a dor ou o prazer. Mas esse posicionamento vem mudando na medida em que a ciência acumula um número significativo e crescente de evidência que apontam para a existência de emoções e sentimentos em várias espécies animais.

Na Declaração de Cambridge, divulgada há dois anos, 25 renomados cientistas afirmaram que o ser humano não é o único a gozar de consciência. Semelhanças básicas entre os sinais cerebrais dos humanos e de alguns animais mostraram que os mamíferos, as aves e os invertebrados como o polvo também apresentam estados mentais, ações intencionais e inteligência.

Nesse contexto, cresce o clamor de segmentos da sociedade por respeito aos animais. Demanda que aumenta na medida em que evoluem os valores morais e os princípios éticos que norteiam e equilibram o convívio em sociedade. Dessa evolução, nasceram manifestações no Brasil e no mundo pela inclusão dos animais como sujeitos de direito, cujo bem-estar não pode mais ser preterido pela sociedade.

O próprio reconhecimento da senciência animal, ou seja, a capacidade de os animais terem sensações e percepções conscientes sobre o que acontece consigo ou ao seu redor – reforça a tese de que eles são indivíduos e não coisa ou propriedades.



O assunto é complexo e não se esgota facilmente. Por isso, o Conselho Federal de Medicina Veterinária (CFMV) vem atuando, por meio da Comissão e Ética, Bioética e Bem-Estar Animal (CEBEA/CFMV), para atender a demanda da sociedade, como o melhor tratamento aos animais. Ao longo de 13 anos, a CEBEA encabeçou diversas iniciativas relevantes, com destaque para resoluções sobre bem-estar animal, ética profissional e bioética, além de fóruns de discussão realizados em todo país. No início de agosto, por exemplo, o CFMV, numa parceria com a Universidade Federal do Paraná (UFRP), reuniu em Curitiba, no III Congresso Brasileiro de Bioética e Bem-Estar Animal, mais de 700 pessoas, entre profissionais e estudantes de medicina veterinária. Durante três dias, uma equipe de renomados especialistas promoveu debates aprofundados sobre temas relevantes para o Bem-Estar Animal no Brasil e no mundo.

Matéria realizada pela revista cães e cia
www.caes-e-cia.com.br



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