segunda-feira, 1 de dezembro de 2014

Alimentos de risco para cães e gatos

Quais alimentos nunca devemos oferecer aos cães e gatos?

É quase inevitável: como não dar um pedacinho, mísero que seja, daquilo que comemos para nosso cão ou gato? Mundo afora, incontáveis desses animais dobram seus donos a ponto de ganhar corriqueiramente pequenas quantidades de alimento humano como petisco. Eis que surgem riscos, acidentes e até tragédia. O organismo de cães e gatos é diferente do nosso. Nem tudo que saboreamos é saudável para nossos companheiros de quatro patas. Ainda mais grave: parte do que ingerimos é contra-indicado ou até tóxico para eles. Para especificar alguns desses alimentos contamos através da revista Cães & CIA com a ajuda do médico veterinário Márcio Antonio Brunetto, que em relação aos petiscos ele salienta que, sejam produtos comerciais próprios para animais ou porções da dieta humana, devem corresponder no máximo a 10% da quantidade de calorias necessária ao longo do dia.

Diga Não a estes alimentos!

Abacate: Por conter grande concentração de gordura, pode ocasionar dor de estômago e desarranjo intestinal, além de colaborar para deixar cães e gatos acima do peso.

Alho: Esse alimento é tóxico para cães e gatos, mesmo quando consumido em doses baixas, a exemplo das encontradas em alimentos preparados com ele.

Alimentos com cafeína (café, mate, refrigerantes à base de cola): Em doses baixa, a cafeína funciona como estimulantes para cães e gatos. Em altas, costuma ser tóxica, podendo provocar taquicardia, hipertensão e convulsões.

Alimentos com xilitol: Esse adoçante encontrado em vários alimentos como doces e gomas de mascar, pode causar graves efeitos em cães e gatos, como dificuldade para andar, crises convulsivas e até a morte.

Batata: Se oferecida crua, sobretudo se estiver com coloração esverdeada, a batata pode causar náuseas, vômito, cólicas e diarréias. Tudo porque existe uma substância tóxica chamada solanina, porém a batata cozida pode ser uma ótima opção, já que, o cozimento elimina esta substância.

Brócolis: Somente proibida para animais com problemas do trato urinário e com pré-disposição a cálculos renais, pois este alimento ajuda na formação de oxalato de cálcio.

Cará cru: Este alimento têm a mesma condição da batata.

Carambola: Nunca ofereça ao cão ou gato, pois a carambola é tóxica mesmo em pequenas porções. Ela desencadeia o quadro de intoxicação, o qual pode envolver soluços, confusão mental, convulsões e morte.

Carne de boi crua: Como para os humanos, carne crua apresenta contaminação por bactérias das mais variadas, algumas delas capazes de causar intoxicação grave, com sintomas como vômito, diarréia e febre. O cozimento elimina esses riscos.



Carne melhor opção cozida e sem tempero 
Cebola: O vilão dela, assim como o do alho, é o n-propil dissulfeto. Esse componente tem potencial para intoxicar cães e gatos mesmo quando ingerido em doses baixas, doses acima de 0,5% do peso do animal podem ser fatais. Pode causar intoxicação severa com sintomas de vômitos, diarreia, prostração e dificuldade respiratória.

Chocolate: Nem cogite oferecê-lo ao seu cão ou gato.Sobretudo os cães se sentem muito atraídos pelo chocolate, porém esse alimento contém uma substância chamada teobromina que tem potencial para causar intoxicação grave e até fatal ao pet, causando sintomas como agitação, vômitos, diarreia, hemorragia intestinal, febre, sede excessiva, incontinência urinária, tremores, arritmia cardíaca, aumento da frequência respiratória e coma. Uma pequena quantidade de chocolate é capaz de intoxicar o animal.

Doce em geral: A ingestão de açúcar causa aparecimento de cáries, ganho de peso, predisposição a diabetes e até a pancreatite. Não raro também provoca desaranjo intestinal e vômitos.



Chocolate e doces perigo para cães e gatos 
Fígado: Desde que cozido porque, quando cru, pode levar a quadros de intoxicação por vários micro-organismos. O fígado cozido é um bom petisco para os cães e gatos, porém em excesso o consumo pode causar hipervitaminose A, capaz de gerar hipertrofia e deformidades ósseas.

Mandioca crua: Esse alimento quando cru contém solanina, um componente tóxico para os pets e também para os humanos. Levam a sintomas gastrointestinais severos. A mandioca cozida é uma boa alternativa de petisco para nossos companheiros.

Inhame cru: Mesmas características da mandioca.

Mandioquinha crua: Outro alimento que só pode ser oferecido depois de cozido. A mandioquinha pertence ao grupo que contém solanina, causando distúrbios gastrointestinais. Detalhe: faz mal a cães, gatos e outros animais incluindo os humanos.

Ossos são indicados os grandes
Ossos cozidos: Ossos de boi ou frango, somente poderão ser servidos se for bem grandes a ponto de o animal não conseguir mastigá-los. Ossos não só podem levar o mascote a quebrar os dentes como tendem a soltar lascas que podem se alojar no céu da boca e na garganta do animal. As lascas também podem perfurar e obstruir o intestino. Além disso , ossos contém alto teor de matéria mineral, o que dificulta a defecação e aumenta a predisposição à formação de cálculos renais.

Ovo cru: Não deve ser usado como petisco, além de contaminá-los com salmonela (bactéria causadora de gastroenterites às vezes graves), o ovo cru contém advina, uma enzima que inibe a absorção da biotina (vitamina B7). A carência dessa vitamina leva a problemas de pele e de pelo. Já cozido, o ovo é ótima alternativa de guloseima.

Peixe cru: O melhor é não compartilhar seu sushi com seu cão e muito menos com seu gato. Peixes crus contém tiaminase, enzima que destrói a tiamina (vitamina do complexo B) em cães, gatos e até humanos. Nos gatos, porém, por especificidades na síntese dessa vitamina, o consumo regular de peixe cru pode levar à carência dela, o que, por sua vez, gera perda de apetite, convulsões e, em caso grave, morte. Além disso, valendo para cães, gatos e humanos, o peixe, quando cru, traz risco de contaminação por salmonela, bactéria causadora de gastroenterite e até de infecção generalizada. Por fim, alguns peixes apresentam grande concentração de histamina, substância que predispõe quem se alimenta deles a desenvolver quadros de hepersensibilidade alimentar. Desde que cozidos e sem espinha, são excelentes petiscos para cães e gatos.


Leite de vaca ou cabra: Esqueça o velho hábito de servir uma tigela de leite para o cão ou gato depois de adulto, pois quando eles começam a ultrapassar a fase de lactentes vão perdendo a capacidade de digerir a lactose. Parte deles apresenta diarréia e flatulência quando tomam leite.

Cães e gatos perdem a capacidade de digerir a lactose
Pipoca: Gatos, em geral, não fazem a menor questão. Mas cães normalmente gostam dessa guloseima. O melhor é evitá-la. Se você já engasgou com ela, imagina os animais, principalmente aqueles que parecem mortos de fome quando diante de qualquer petisco.

Tomate verde cru: Ele contém altas doses de uma substância tóxica tanto para cães e gatos como para humanos. É a solanina, capaz de causar problemas gastrointestinais à vezes sérios. Uma vez maduro pode ser oferecido como petisco, exceto para os animais pré-dispostos a formação de cálculos de oxalato de cálcio.

Uva: Acredite: as uvas são tóxicas. Podem causar vômito, diarréia, dor abdominal, letargia, insuficiência renal e morte.

Uva-passa: Alguns cães simplesmente adoram esse petisco, porém são tóxicas como as uvas frescas. Curiosamente, algumas rações comerciais possuem uva-passa como fonte de fibra na composição, porém em concentrações baixas o bastante para não acarretarem consequências.


Márcio Antonio Brunetto é médico veterinário, mestre e doutor em Nutrição Clínica e professor do Departamento de Nutrição e Produção Animal da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da Usp.

Matéria pela revista cães e cia
www.caes-e-cia.com.br



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