quinta-feira, 5 de outubro de 2017

Passatempo e enriquecimento ambiental

Passatempos e enriquecimento ambiental para os cães

“Tédio é o maior causador de distúrbio de comportamento. Saiba evitá-lo”



Os cães são animais ativos, brincalhões e sociais, por isso, precisam de exercícios, brincadeiras e atividades diárias, principalmente aqueles que passam muito tempo dentro de casa sozinhos. Pet que não libera energia de forma adequada, tendem a destruir objetos e móveis da casa, além de ficarem irritados e entediados. Alguns cães ainda podem desenvolver problemas comportamentais como a compulsão ou a ansiedade de separação, distúrbios muito comuns nos dias de hoje justamente por erros de manejo de tutores que não promovem enriquecimento ambiental correto ao animal. Para manter o animal de estimação saudável e feliz, é importante que seus tutores saibam que não bastam encher a casa de brinquedos e guloseimas, já que nada substitui os passeios que são fundamentais para o físico e mente do animal.A importância de um não exclui a importância do outro, posto que todas as atividades são válidas para um cão que passa o dia sozinho.

Passeio diário
Visto que o enriquecimento ambiental não exclui a necessidade de passeios diários, para que seus dias no trabalho sejam tranquilos – e os dos cães também -, que tal levantar um pouco mais cedo e levá-lo pra passear no quarteirão de casa? Algumas simples voltinhas ajudarão o amigo a se cansar, o que é ótimo para ele e para você, e gastar um pouco de energia. Claro que a quantidade de passeios diários varia de acordo com a energia e o porte do cão, mas, em geral, um passeio pela manhâ e outro no fim do dia são suficientes. Além do gasto energético, passeios oferecem outro tipo de entretenimento aos cães. Para eles, cheirar, ver pessoas, outros animais e até demarcar território é diversão pura. É como uma terapia para eles.

Cão sozinho em casa
Uma vez resolvida a questão dos passeios, é hora de ensinar seu fiel escudeiro a gostar de brincar sozinho, sem a sua presença. O animal precisa perceber que também existe vida sem você. Mas como? O segredo é ensiná-lo a interagir com os brinquedos primeiro na sua presença. Para isso, pegue o brinquedo que escolheu para ter em casa e dê para ele brincar. Quando ele começar a interagir com o novo passatempo, estimule-o. Depois, ainda enquanto ele brinca, saia e volte novamente. Repita o exercício sempre aumento o tempo da sua ausência. Fique atento às reações do animal nesse momento, de perceber qual o grau de interação que ele está tendo com o brinquedo e sempre elogie a brincadeira dele.


Usando o instinto de caça

1 – Caçando a ração
Coloque alguns grãos de ração em locais que ele possa farejar e achar, fazendo uma espécie de “caça à ração”. Além de ser divertido para o pet, ele se alimenta de forma correta e ainda gasta energia ao procurar os grãos de ração escondidos. Comece com esconderijos mais fáceis e vai aumentando o desafio conforme a evolução do cão.

2 – Liberadores de comida
Brinquedos que liberam petisco ou que são recheáveis são ótimos para estimular mentalmente seu pet e animá-lo. Pode ser feito um liberador de comida caseiro com uma garrafa pet, coloque os grãos de ração dentro da garrafa e deixe a tampa aberta, assim o cão conseguirá dispensar a comida. Pode ser feito com a tampa fechada e fazendo vários furos na garrafa, quanto menor os furos, maior o desafio. Comece sempre da maneira mais fácil para ensinar 
e estimular o cão à brincar.


3 – Brinquedos mastigáveis
Outra opção também são os brinquedos mastigáveis e comestíveis como ossinhos, palito, orelhas de boi, tutano, tíbia e outros petiscos vendidos no mercado sem componentes tóxicos. Recomendo que a periodicidade da oferta de tais distrações seja verificada com o veterinário para que a dieta do pet não seja alterada de forma inadequada.

4 – Para cães destruidores
Se o prazer do seu cão é somente a destruição, sem correr o risco de comer pedaços do brinquedo destruído, você pode investir no enriquecimento ambiental com itens de reciclagem, como garrafa pet sem rótulo e tampa com petisco dentro, caixas de papelão e até coco verde aberto para despedaçar. Contudo, evite, por exemplo, pelúcias, que podem causar algum acidente digestivo ou respiratório, bolas de gude que podem ser engolidas e ossos naturais que podem desgastar os dentes do animal ou perfurar o esôfago dele. Uma boa opção para cães que comem pedacinhos dos brinquedos destruídos são os brinquedos feitos de nylon, pois além de serem resistentes e duráveis, também ajudam na higiene bucal do pet. As bolas de tênis também são ótima opção de brincadeira e bastante resistentes.

5 – Petiscos congelados
No calor, você pode usar os brinquedos recheáveis de outra forma, congelando-os com frutas, água de coco ou até a própria ração amolecida com água ou alimento úmido que o cão consuma. Além de refrescar o cão, a brincadeira fica mais difícil e entretém o animal por mais tempo.



6 – Garrafa pet pendurada
A mesma garrafa pet com furos que liberam petisco pode ser oferecida de outra maneira. Pendure-a em algum ponto fixo onde o cão consiga pular para pegá-la. O ideal é um fio que seja elástico, assim, com o movimento do cão tentando pegá-la, a ração vai sendo liberada. Nesse caso, a tampinha pode ser mantida, mas é preciso que você a fure para passar o fio por dentro da garrafa. Fure também o fundo da garrafa de modo que o fio passe por ela inteira. 

Outros passatempos
Fora os brinquedos, hoje o mercado pet apresenta não só objetos que ajudam o bichinho a se desenvolver, mas também, serviços que auxiliam na educação e na saúde do amigo. Podemos contar com profissionais de adestramento com técnicas específicas e profissionais que levam o seu cão para passear, os chamados “dog walker”. Atente-se ao profissional escolhido para que não piore a situação do seu cão, procure por indicação ou certeza de profissionalismo.

Os pet cares também ajudam bastante os tutores. A escolinha para cão também promove interação com outros cães, o que fortalece a socialização entre eles.

Treinar comandos com seu cão nas horas vagas, além de ajudar a controlar o pet, é um passatempo divertido. Deixe as outras brincadeiras para quando você não estiver presente, assim, elas serão bem mais interessantes nos momentos em que realmente forem necessárias.

Não podemos esquecer também que o adestramento é um ótimo estímulo mental para seu pet e, na dúvida sobre qual brinquedo deixar com seu cão, consulte um profissional.



Dica:
Supervisione a primeira interação: Devemos ter consciência de que nenhum brinquedo é 100% seguro, por isso, cuidado é pouco quando o assunto é a segurança do seu pet. Sempre sugiro que, ao dar pela primeira vez qualquer brinquedo para seu cãozinho, o tutor supervisione a brincadeira para ter certeza se aquela pode ou não ser a opção ideal de entretenimento para seu cão.


quinta-feira, 6 de julho de 2017

Julieta, chácara baronesa, aula e aventura...

Chácara Baronesa

Um lugar maravilhoso e de nobreza que, num passado distante, foi de paz e harmonia com a natureza, e, num passado não tão distante assim, foi abandonado e marginalizado pelo "progresso" à sua volta, mas que, no presente, é um lugar cheio de memórias, revitalizado, onde ninguém pode mais ofuscar ou inibir a mãe natureza de demonstrar sua beleza.

A Chácara Baronesa conserva vegetação de mata nativa
A área da Chácara Baronesa pertenceu ao Conde Crespi, que vendeu mais tarde a propriedade ao Barão Von Leittner, marido da baronesa Maria Branca Von Leittner.
Até meados da década de 1960, o espaço era utilizado para treinamento de cavalos de competição e chegou a ter mais de 70 funcionários.
Na década seguinte, a poluição trazida pelo avanço da industrialização na região passou a prejudicar o desenvolvimento dos animais e inviabilizou a permanência do sofisticado haras.


A reserva ambiental do Grande ABC foi então adquirida pelo Inocoop (Instituto de Orientação às Cooperativas Habitacionais).


A entidade pretendia erguer no terreno 3.000 moradias, mas o projeto para criação das residências não prosperou e foi descartado.

360 mil metros de área conservada
Aos poucos, a chácara foi sendo abandonada pelo Poder Público e ocupada pelas famílias, que vivem até hoje em situação de pobreza.
Na segunda metade dos anos 1980, o espaço foi alçado à condição de APA (Área de Proteção Ambiental) e posteriormente tombado pelo patrimônio histórico.


A área da Chácara Baronesa ainda conserva vegetação de mata nativa. O espaço está localizado no município de Santo André próximo da divisa com São Bernardo do Campo e tem 340 mil metros quadrados.


Em fevereiro de 2013, o Estado anunciou investimento de R$ 4 milhões para revitalização da área e transformação em parque
 - são cerca de 360 mil metros quadrados ao todo de área preservada e transformados oficialmente no Parque Estadual Chácara da Baronesa.


Aula e aventura

Com a motivação de fazer mais uma aula, no caso, aula para adquirir confiança e socialização com a linda cadela da raça rotweiller chamada Julieta conheci esse lugar incrível. Ela apresenta problema de agressividade com cães e pessoas estranhas. Aos poucos vamos superando os desafios e resgatando seu equilíbrio.

Veja nos vídeos porque a aula virou uma aventura!


https://www.youtube.com/watch?v=SKoqMNQXvX0&feature=youtu.be

https://www.youtube.com/watch?v=-aBkqOdZFLs&t=30s

https://www.youtube.com/watch?v=Sgv26GCc-IM&t=7s

https://www.youtube.com/watch?v=UQg__riC4Ns&t=7s

https://www.youtube.com/watch?v=_d6aUWzQBUc&t=19s

https://www.youtube.com/watch?v=ORp670PMflI

https://www.youtube.com/watch?v=fBIQvvH5bfw

quarta-feira, 7 de junho de 2017

As cinco liberdades para o bem-estar animal

Você proporciona bem-estar ao seu Pet?

Um conceito originado na década de 1960, conhecido como “cinco liberdades”, é fundamental para a percepção do bem-estar animal. Trata-se de um conjunto de instrumentos de diagnósticos que abrangem todos os aspectos que influenciam a qualidade de vida dos animais. São avaliações já observadas por médicos-veterinários no dia a dia e que também devem receber especial atenção dos proprietários dos animais, responsáveis diretos pelo bem-estar de seus pets.



“Cinco liberdades” para garantir as necessidades básicas do seu Pet:

Liberdade da fome e da sede – Leva em conta se o animal tem acesso a comida e água em quantidade, qualidade e frequência ideais. O conceito considera, também, se o animal é capaz de se alimentar sempre que sente necessidade, se recebe dieta adequada às suas condições fisiológicas e se a àgua é limpa e fresca, de modo a estimular hidratação apropriada.

Liberdade da dor, dos ferimentos e das doenças – Essa proteção é obtida atuando de modo que o pet esteja sempre saudável. Para tanto, é importante manter em dia a aplicação recomendada de vacinas e contar com acompanhamento veterinário por meio de exames preventivos periódicos e prescrição de tratamento quando necessário.

Liberdade do desconforto – O animal deve viver em ambiente com abrigo e com local apropriado para descanso. São consideradas também a adequação e instalações, a suficiência do espaço para movimentação do animal, a execução de atividades diárias e a proteção contra calor, frio, sol e chuva.

Liberdade para expressar o comportamento natural – Há necessidade de um ambiente que não reprima os instintos do animal. Comportamentos naturais precisam ser estimulados por meio de enriquecimento ambiental e da execução de tarefas. Dependendo da herança genética, as raças e os indivíduos têm necessidades diferentes, isto é, sentem a carência de cumprir certas rotinas.



Uma dica é atentar para os comportamentos que podem ser considerados “inconvenientes”, mas que, na verdade, são sinais das necessidades do animal. Pode-se, por exemplo, disponibilizar arranhador para o gato que gosta de rasgar sofá, dar brinquedo de mastigar para o cão que costuma mordiscar sapatos e praticar mais exercícios e brincadeiras com as raças que têm mais energia para gastar. Assim, além de serem evitados danos a objetos, é dada ao animal a liberdade de exercer suas atividades naturais, garantindo a convivência harmônica em casa.

Liberdade do medo e da angústia – Essa liberdade diz respeito ao bem-estar mental assegurado quando o animal é protegido do estresse, do medo e da ansiedade. Problemas como esses, de ordem psicológica, podem indicar que o animal sofre situações de agressão ou mesmo que sua relação com o tutor não é saudável. Um exemplo é o caso dos cães que sofrem quando são deixados sozinhos em casa, por terem desenvolvido ligação emocional muito forte com os donos. Outra situação bastante comum é a do tutor que não respeita a independência do animal ou, ainda, projeta nele comportamentos de natureza humana. Esses pets podem se tornar dependentes para comer, para interagir com outras pessoas e até mesmo para se locomover. São casos que merecem atenção especial e que devem ser relatados ao médico-veterinário.


Papo geral:

As “cinco liberdades” estão todas diretamente interligadas com a saúde do animal. Existe conexão entre os sistemas nervoso, imunológico e endócrino. Se um desses aspectos for prejudicado, o equilíbrio será quebrado com reflexos no funcionamento dos outros sistemas. Um cão que não se exercita, por exemplo, tende não somente a ganhar peso, mas também a ter a imunidade reduzida, a sentir dor e, até mesmo, a adquirir problemas circulatórios.

Donos de animais e médicos-veterinários devem permanecer atentos a sinais que possam acusar privação que cause mal-estar ao animal. Entre eles, mudanças nos hábitos alimentares, a ocorrência de vômitos e o desenvolvimento de comportamento compulsivos, arredios ou mesmo agressivos. É importante informar ao médico-veterinário qualquer 
alteração observada no animal. A partir daí, o profissional realiza exames para identificar a raiz do problema e dar orientações necessárias para o pet ter vida mais confortável e feliz. 

Os médicos-veterinários observam aspectos gerais como a pelagem do animal, possíveis sinais de doenças e comportamentos que indiquem presença de dor. Há também indicadores objetivos que permitem ao profissional constatar se o bem-estar do animal está prejudicado. Por exemplo, a concentração da substância relacionada ao estresse – o hormônio cortisol – pode ser verificada por meio de exames complementares.


quarta-feira, 19 de abril de 2017

Truques e brincadeiras

A importância de brincar com o seu cão

Se você já tem ou pretende ter um cão, você precisa ter a consciência e a certeza de que as necessidades básicas dele estejam garantidas: comida, água, sono, passeios e exercícios mentais. Falaremos nessa matéria exclusivamente sobre esse último item: exercícios mentais, que é onde encaixamos os comandos de adestramento, truques e brincadeiras. Essas atividades que irão ajudar seu cão a se desenvolver intelectual e emocionalmente. Qual é a importância de brincar com o seu cão?



Para que servem as brincadeiras?

A brincadeira ajuda os cães em seu desenvolvimento intelectual e os estimula a compreender melhor seu ambiente, conhecer o funcionamento das coisas, aprender regras básicas de comportamento, aprender a controlar sua força e a desenvolver habilidades e destrezas, como por exemplo, reagir adequadamente aos estímulos.

Além disso, a brincadeira ajuda na socialização com outros cães e com pessoas estranhas, assim, desenvolvem diferentes habilidades com diferentes companheiros de brincadeiras.

As brincadeiras com cães fazem com que eles desenvolvam a força bruta e o instinto caçador. Nas brincadeiras com seres humanos, eles desenvolvem a cooperação e a inteligência, pois são mais dinâmicas.

Em ambos os casos, os cães aprendem a respeitar os outros, além de liberar energia e relaxar, o que impede a aparição de estresse e ansiedade e faz com que o cão seja menos violento. Além disso, as brincadeiras com seres humanos ajudam a reforçar o vínculo dono-cão.

Como brincar com o meu cão?

Os cães usam a boca como instrumento principal porque conhecem o mundo através do sentido do paladar e do olfato. Por isso, cheiram tudo e mordem tudo. Não se pode evitar que seu cão mordisque você enquanto brinca, mas você pode educá-lo para que contenha a força das suas dentadas e não o morda de forma descontrolada. Para ajudar com essa educação, dê mordedores a ele e ensine como usá-los. Use também brinquedos que ele possa morder e dos 
quais ele possa puxar.

Os momentos das brincadeiras são os que se devem ser aproveitados para educar o cachorrinho, tanto no morder como na obediência, demonstrar que é o dono e quem tem o controle da situação.

Para isso, quando for dar a ele um brinquedo, jogue pra frente, não dê na boca, porque ele vai interpretar que ele próprio jogou o brinquedo e que portanto é ele quem tem controle. Pela mesma razão, nunca corra atrás dele pra tirar um brinquedo, ensine ele a te entregar na mão. Se observar que ele adota uma atitude violenta ou temperamental ou que não quer lhe devolver o brinquedo, interrompa a brincadeira., ele deve aprender que assim não se brinca e que a brincadeira acaba quando você determina.



Uso dos truques de adestramento

O adestramento pode ser usado para brincadeiras de exercício mental, de fato o cão aprende porque acredita que aquilo é realmente uma brincadeira, e porque recebe carinho e prêmios quando consegue êxito em cada truque realizado. Então aproveite as horas de brincadeiras para educar o seu cão e ensinar a ele o treinamento básico e alguns truques.

Um adestrador especializado nessa especialidade, poderá ensinar dono e cão novas e diferentes atividades.



Dicas para brincar

Brincadeiras são importantes para a socialização e educação do cão, por isso certifique-se de brincar bastante com o seu cão, principalmente, se você passa muito tempo fora de casa e não tem tempo pra fazer longos passeios. Se você não puder cobrir todo o tempo necessário de brincadeiras que ele precisa, peça ajuda a um familiar, amigo ou profissional.

Não use objetos ou coisas da casa como brinquedos. Seu cão não sabe distinguir entre o que pode usar e o que não, e ele vai logo atrás dos tênis velhos que você jogou pra ele, como aos tênis novos que você acabou de comprar. Hoje existem inúmeros brinquedos e objetos vendidos por fabricantes especializados , além de clássicos objetos como garrafas pet , bolinhas de tênis, cordas, pneus entre outros.

sexta-feira, 7 de abril de 2017

Etiqueta Canina

Tornando-se um líder de matilha

Primeiro contato

1. Não se aproxime imediatamente do cão, líderes nunca se aproximam dos seu seguidores. Isso é muito difícil para algumas pessoas, que veem aquele cãozinho adorável e não resistem a ir até ele para acariciá-lo a todo instante. No entanto, por mais fofinho que o cachorro seja, lembre-se de que ele é um ser vivo com dignidade e que merece ser tratado com respeito e seriedade, da maneira que é melhor para ele.

2. Cães normais ficarão curiosos para descobrir seu cheiro. Por isso, é importante permitir que eles se aproximem e o cheirem. Esse cão reagirá muito melhor se você ignorá-lo inicialmente e deixar que ele se aproxime por conta própria. Como a maioria das pessoas não conhecem a etiqueta canina, muitos cães dos quais várias pessoas se aproximam acabam desenvolvendo mecanismos de defesa, como timidez, medo e, às vezes, agressividade. Permitir que o cão o conheça antes de conhece-lo possibilita que ele desenvolva respeito e confiança por você.

3. Siga as lei: não toque, não fale e não estabeleça contato visual enquanto o cão estiver ocupado analisando, com o focinho, sua energia e os diversos odores do seu corpo. Isso pode durar de três segundos a um minuto. É importante não interromper o cão enquanto ele estiver ocupado com esse ritual.

4. Quando o animal terminar de conhecê-lo, vai demonstrar se quer brigar, fugir, ignorá-lo ou “respeitá-lo”, que é o mesmo que se submeter a você. A última opção irá criar um clima muito amistoso e pode ser que ele esfregue o corpo contra suas pernas com delicadeza. É um sinal de que agora você pode tocá-lo ou lhe dar afeto.

5. Muitas pessoas insistem em dar atenção a um cão que prefere ser ignorado. No mundo do cão esse é um comportamento grosseiro. Se o cachorro quer ignorá-lo, vai simplesmente se virar e dar atençao a outra coisa que chame atenção dele. Basicamente, é como se ele dissesse: “Obrigado, mas não quero”. A melhor coisa é ignorá também, pelo menos nesse momento.


Processo de aprendizagem:



6. No entanto, se o cão demonstrar algum sinal de agressividade ou dominância sobre você, ignorá-lo pode ser visto como sinal de fraqueza. A agressividade pode ser expressa por meio de um olhar fixo, um lábio erguido ou simplesmente uma linguagem corporal agressiva – como “bater” o corpo dele contra o seu ou pisar no seu pé. Nesse caso, você deve se impor – não estabelecer contato visual intenso, pois isso pode ser sentido como um desafio. Seu objetivo não é brigar nem forçá-lo a ver que “é você quem manda” – é apenas pedir que ele o trate ao menos com o mesmo respeito que você demonstra por ele. Simplesmente use seu corpo e seu “diálogo interior” calmo para recuperar seu espaço. No mundo deles, os cães “dialogam” sobre o espaço o tempo todo – e a maioria lhe dará o seu se você assim exigir.

7. Se a agressividade continuar, peça com calma e firmeza que o dono do animal o retire dali, porque você não está se sentindo à vontade. Faça isso logo no começo, pois, se permitir que seu desconforto se torne medo ou nervosismo, pode ser o início de um longo relacionamento problemático com aquele cão. É importante que o dono do animal o retire dali de modo calmo e assertivo. O ponto fundamental é que ninguém se comporte com agitação nesse momento.




quarta-feira, 18 de janeiro de 2017

HUMANOS E CACHORROS

Um longo caminho para casa

Foi dito antes que dois treinadores de cães não concordam em nada, exceto que um terceiro treinador está completamente errado. Da mesma maneira, pesquisadores que procuram descobrir como e quando os cães foram domesticados estão sempre entrando em conflito por causa da resposta a um dos maiores mistérios de todos os tempos. Não sou cientista, arqueólogo ou historiador. Mas, por um momento, por favor, acione essa imaginação poderosa localizada na parte frontal do seu cérebro para visualizar este possível cenário:

Estamos cerca de doze mil anos atrás – o ápice de uma das Eras Glaciais. Em um dia muito frio, há um sinal de vida na faixa de terra que se formou no Estreito de Bering, ligando o continente asiático ao Novo Mundo. Em busca de terras melhores para a caça, um pequeno grupo de humanos primitivos atravessa o caminho congelado, lutando contra a neve e o vento. Uma matilha de canídeos lupinos – os ancestrais do cão moderno – caminha atrás do grupo. Talvez os animais estejam procurando os restos que os humanos migradores deixam para trás. Talvez tenham sido selecionados para puxar grandes objetos em um trenó. Mas talvez estejam mantendo esses humanos vivos ajudando-os a caçar. Com seu focinho sensível, são capazes de farejar presas a quilômetros de distância. Com seu DNA de lobos, são caçadores e rastreadores naturalmente superiores. São mais rápidos que os humanos e mais sintonizados com o restante dos animais ao redor deles. Sem a prewsnça desses canídeos, talvez o pequeno grupo de humanos não sobrevivesse à travessia.

E se os cães primitivos não aprenderam com os humanos tanto quanto os humanos primitivos aprenderam com os cães?




Isso é apenas fantasia, claro – um filme particular, que gosto de projetar várias vezes na minha imaginação. Mas existe uma verdade nessa imagem, na qual estou absolutamente certo: independentemente do que tenhamos feito para chegar até aqui, desde nosso passado até o século XXI, não restam dúvidas de que os seres humanos e os cães aproveitaram ao máximo essa jornada juntos. Sempre digo que caminhar com os cães – migrar com eles – é a maneira mais poderosa de nos comunicarmos com eles, porque recria as jornadas antigas e primitivas. Lado a lado, nós nos tornamos duas espécies muito diferentes no planeta, formando uma aliança pela sobrevivência. Ambos somos espécies sociais; ambos vivemos em “matilhas”. Devemos ter nos identificado com muita intensidade desde o começo – de modo tão profundo que o restante de nossas histórias sempre se interligaria. Nós nos apaixonamos pelos cães, dando a eles os mesmos enterros cuidadosos que dávamos a nossos entes queridos; retratando-os em murais nas paredes de nossos palácios; moldando nossos deuses antigos à imagem deles. E, por qualquer motivo que seja, eles nos amaram também. Os cães são os únicos animais não primatas que reagem instintivamente aos nossos gestos. São os únicos não primatas que procuram, em nossas expressões faciais dicas que revelem nossas intenções. São os únicos animais que automaticamente olham para nós em busca de orientação neste mundo estranho e complexo que moldamos no lugar do que antes era um planeta simples.

Esses nobres animais – diferentes de nós de tantas maneiras, mas tão parecidos de outras – são o elo mais próximo com o nosso “eu” instintivo que deixamos para trás. Quando olhamos em seus olhos, que expressam tanta confiança em nós, vemos nossas qualidades e nossas fraquezas perfeitamente refletidas. Há infinitas lições a aprender com eles, se estivermos dispostos e formos corajosos o bastante para procurá-las.

Espero que todos olhem seus cães de maneira ainda mais significativa. Que se mantenham sempre consciente do elo profundo que compartilhamos com esses seres e agradecido por isso.