quarta-feira, 23 de outubro de 2019

Atenção especial aos cães!!

Cães que exigem uma atenção especial

Situação de pânico

Alguns cães sabem, por exemplo, quando vai chover antes de qualquer ser humano. 


Bob e Raika
Algumas pessoas podem até achar que se trata de um cão vidente, mas não é bem assim. Ele ouve o barulho do trovão quando ainda está bem distante, antes de a gente notar, e já fica em pânico. Ele fica inquieto, chora, fica com o coração disparado e até cava buracos imensos na grama, jogando terra para todos os lados. O mesmo comportamento pode ser percebido em dias de jogos ou comemorações, quando alguns vizinhos costumam soltar fogos.Os cães considerados fóbicos, ou seja, que têm medos exagerados tem algumas reações como estas. É mais comum do que se imagina. Esses animais têm comportamentos exacerbados, demoram a se recuperar mesmo após o fim do estímulo e podem até ter incontinência urinária ou fecal, diarreia e vômito. Também podem fazer associações ao estímulo que causa medo. Estudos recentes também já correlacionam esse medo com dores ortopédicas que tendem a piorar com toda a tensão causada no momento.




Mas por que isso acontece? 

A resposta esta nos sentidos dos cães, são mais apurados do que os nossos. Eles são mais sensíveis: enxergam, escutam e sentem odores de formas diferentes de nós. A audição dos cães é bastante superior à humana, além disso, os sons parecem não ter um padrão de perspectiva canina, o que pode aumentar a ansiedade em relação ao aparecimento desses sons.

São dois os principais motivos para o medo dos ruídos: a socialização deficiente na fase de filhote (momento em que os cães precisam ser socializados de forma adequada para se tornarem adultos equilibrados) ou após experiências traumáticas devido aos sons intensos ou mesmo leves (mas em situações que gerem medo).

Cães com pânicos de fogos e outros barulhos podem latir para os sons, tremer, salivar, andar sem direção ou mesmo permanecer entocados por horas. Nos casos mais graves, eles recusam comida e não respondem aos chamados dos tutores. O medo gera uma resposta emocional com mudanças que têm influência no corpo do animal, esses sinais aparecem diante de situações em que ele se sinta ameaçado. É uma resposta normal e importante, mas pode se tornar fóbica, ou seja, um medo desproporcional em duração ou intensidade, sendo altamente deletéria para o organismo do cão.

A orientação é garantir a segurança dos cães, pois são comuns acidentes com pets que tentam “fugir dos sons” e acabam machucados – há animais que chegam a cruzar janelas de vidros, por exemplo. Por isso fique atento ao seu animal: não o deixe ele sozinho em dias festivos, ou em situações em que podem ocorrer queima de fogos de artifícios ou barulhos muito altos, pois, no momento do pavor, eles podem colocar a própria vida em risco.

Meg e Robin

O tutor deve garantir se no ambiente onde o pet estiver existe a possibilidade de ele se machucar. Atentar-se em relação aos objetos de vidro, sacadas sem proteção, telas antigas e portões. Se o animal já possui trauma relacionado a ruídos, devemos introduzir, aos poucos, cada um desses barulhos, fazendo uma associação com algo bem agradável. O som deve ser introduzido gradativamente, sempre observando se o animal está tranquilo.

Vale ressaltar também que é importante oferecer um ambiente tranquilo e sempre deixar opções de fuga seguras para o animal, ou seja, locais em que ele possa se sentir amparado, como casinhas ou algum ambiente para se proteger.

Além disso, o tratamento com profissionais em comportamento canino será fundamental para dessensibilizar o cão a esses “medos”, bem como diminuir as respostas ansiosas diante dos estímulos assustadores. A terapia que será indicada considerará as particularidades de cada cão. A dissociação para o barulho pode ser feita por meio dos próprios sons, que são facilmente encontrados na internet ou aplicativos. É necessário um tratamento amplo, que inclui treinos com a criação de um ‘porto seguro’ para o cão, relaxamento e, se necessário, o uso de fármacos mediante prescrição veterinária comportamental.

Ansiedade de separação

Cães podem apresentar problemas de comportamento quando ficam muito distantes de seus tutores. E no final do ano isso pode ser mais recorrente, já que muitas pessoas viajam e deixam os animais sozinhos. Trata-se de uma espécie social e gregária, vivem em matilha. Alguns podem desenvolver quadros de ansiedade por separação que levam a comportamentos de estres e desespero, infligindo riscos graves a eles próprios.

Se um pet chega à vida do seu dono em um momento difícil, as chances de criarem um vínculo muito forte são grandes, o ideal é não transferir essa carga emocional para o cão.

A ansiedade é uma resposta emocional que gera mudanças fisiológicas, como o aumento de frequência cardíaca, respiratória e tremores. Também pode causar alterações de comportamento, como a eliminação de urina e fezes em locais inadequados, condutas destrutivas e vocalização excessiva. Esse conjunto de comportamentos alterados pode ter variações, mas no caso de ansiedade de separação ocorre somente na ausência do tutor. Em alguns casos os peludos podem ter comportamentos preocupantes, não comer ou beber quando o tutor não está em casa. Já quando o tutor estiver passar a beber água excessivamente. Isso tudo pode ser resultado de um comportamento compulsivo que o pet adquiriu.

Gaspar
Para tratar esse problema: É indicado investir em um adestrador com habilitação em comportamento canino, pois um bom profissional saberá quais medidas tomar e quais mudanças terão que ser feitas na rotina do tutor e cão. Outro cuidado que os tutores podem ter é o de não incentivar os comportamentos indesejados que reforcem a ansiedade (latidos repentinos, ficar pulando, beliscar com mordidas ou se lamber excessivamente, por exemplo). Lembre-se de não dar atenção para o cão nesses momentos, como: olhar, conversar, dar petiscos ou interagir de alguma forma. Os donos que punem ou brigam repetidamente, acabam incentivando o cachorro a continuarem com os comportamentos ansiosos.

Diagnóstico de problemas comportamentais deve ser passado pela exclusão de problemas médicos. Caso você ache que seu cão apresenta alguns sintomas ou comportamentos estranhos, procure um veterinário antes de qualquer coisa. Estando seu cão isento de problemas médicos, procure um profissional em comportamento canino.

Período maior de separação


Os cães são uma espécie muito social, criam vínculos afetivos com seus donos e compartilham da sua rotina diária. Para eles, tudo que é bom está relacionado com a presença dos donos, como comida, carinho, passeios, entre outros... Por conta dessa observação que eles têm da nossa rotina, eles sabem detalhes e se apegam a eles. Quando viajamos, por exemplo, acontece uma interrupção nessa rotina, fazendo o cão ficar perdido, gerando estresse.

O problema pode ser resolvido antecipadamente quando desde filhote ele tenha experiência em ficar em longo período sozinho sendo cuidado por outra pessoa, ou, seja acostumado e socializado a ficar em hotéis para cães.

Aversão às pessoas desconhecidas

O cão pode ter muito medo de pessoas desconhecidos quando há falta de socialização na fase filhote ou após experiências traumáticas com algum tipo de pessoa. Em muitas situações o problema não é necessariamente as pessoas, mas a mudança repentina de ambiente e rotina ou quando vão para algum hotel sem antes passar pela devida adaptação. Nessas situações o certo é escolher a pessoas que cuidará de seu cão e fazer uma adaptação gradativamente com ele, de modo a aumentar a segurança e confiança do animal. Assim, também é preciso adaptar um cão que chega a uma nova família, adaptá-lo com a nova rotina e se for passar muito tempo sozinho, ele necessita de treinamento para que se sinta seguro. O mesmo acontece com a presença de estranhos na casa, se for muito comum essa presença o cão precisa de treinamento para se acostumar.

Identificar um cão que está com medo não é tão difícil, podemos fazer isso apenas observando a linguagem corporal, orelha baixa, tremor, rabo entre as pernas, mostrar os dentes, se encolher ou se esconder. Se for um filhote, a adaptação deve ser feita o quanto antes, mas se já for adulto o melhor seria fazer com que ele associe momentos dos quais ele teria medo com coisas agradáveis, ou seja, faça com que a situação lhe traga satisfação, tire o foco da situação ruim por outra de prazer. Associe as pessoas estranhas com momentos de brincadeiras.

Luna
Consistência e treinamento é sinônimo de carinho

Vale lembrar que o tipo de tratamento para cada problema é sempre individualizado, não existe uma única fórmula que resolva todos os casos, é preciso de uma análise da rotina da família para que se possam fazer algumas adaptações. O mais importante é manter uma rotina de atividades, repetindo-as diariamente, de modo à perspectiva do ambiente e diminuir o medo e a ansiedade.

Uma observação importante é que o tutor não faça uso de técnicas aversivas, como punições ou broncas, vários problemas podem ser causados por esse tipo de postura.

Quando o dono decide treinar o cão é bom lembrar que deve ser um momento feliz para ambos. Demora um tempo até que cão aprenda quais são os comportamentos aceitáveis. Além disso, na casa em que o cão vive, todos os moradores devem seguir as orientações do treino e fazer igual, o que melhora o desempenho do cão e a relação entre 
todos os indivíduos.