quarta-feira, 7 de junho de 2017

As cinco liberdades para o bem-estar animal

Você proporciona bem-estar ao seu Pet?

Um conceito originado na década de 1960, conhecido como “cinco liberdades”, é fundamental para a percepção do bem-estar animal. Trata-se de um conjunto de instrumentos de diagnósticos que abrangem todos os aspectos que influenciam a qualidade de vida dos animais. São avaliações já observadas por médicos-veterinários no dia a dia e que também devem receber especial atenção dos proprietários dos animais, responsáveis diretos pelo bem-estar de seus pets.



“Cinco liberdades” para garantir as necessidades básicas do seu Pet:

Liberdade da fome e da sede – Leva em conta se o animal tem acesso a comida e água em quantidade, qualidade e frequência ideais. O conceito considera, também, se o animal é capaz de se alimentar sempre que sente necessidade, se recebe dieta adequada às suas condições fisiológicas e se a àgua é limpa e fresca, de modo a estimular hidratação apropriada.

Liberdade da dor, dos ferimentos e das doenças – Essa proteção é obtida atuando de modo que o pet esteja sempre saudável. Para tanto, é importante manter em dia a aplicação recomendada de vacinas e contar com acompanhamento veterinário por meio de exames preventivos periódicos e prescrição de tratamento quando necessário.

Liberdade do desconforto – O animal deve viver em ambiente com abrigo e com local apropriado para descanso. São consideradas também a adequação e instalações, a suficiência do espaço para movimentação do animal, a execução de atividades diárias e a proteção contra calor, frio, sol e chuva.

Liberdade para expressar o comportamento natural – Há necessidade de um ambiente que não reprima os instintos do animal. Comportamentos naturais precisam ser estimulados por meio de enriquecimento ambiental e da execução de tarefas. Dependendo da herança genética, as raças e os indivíduos têm necessidades diferentes, isto é, sentem a carência de cumprir certas rotinas.



Uma dica é atentar para os comportamentos que podem ser considerados “inconvenientes”, mas que, na verdade, são sinais das necessidades do animal. Pode-se, por exemplo, disponibilizar arranhador para o gato que gosta de rasgar sofá, dar brinquedo de mastigar para o cão que costuma mordiscar sapatos e praticar mais exercícios e brincadeiras com as raças que têm mais energia para gastar. Assim, além de serem evitados danos a objetos, é dada ao animal a liberdade de exercer suas atividades naturais, garantindo a convivência harmônica em casa.

Liberdade do medo e da angústia – Essa liberdade diz respeito ao bem-estar mental assegurado quando o animal é protegido do estresse, do medo e da ansiedade. Problemas como esses, de ordem psicológica, podem indicar que o animal sofre situações de agressão ou mesmo que sua relação com o tutor não é saudável. Um exemplo é o caso dos cães que sofrem quando são deixados sozinhos em casa, por terem desenvolvido ligação emocional muito forte com os donos. Outra situação bastante comum é a do tutor que não respeita a independência do animal ou, ainda, projeta nele comportamentos de natureza humana. Esses pets podem se tornar dependentes para comer, para interagir com outras pessoas e até mesmo para se locomover. São casos que merecem atenção especial e que devem ser relatados ao médico-veterinário.


Papo geral:

As “cinco liberdades” estão todas diretamente interligadas com a saúde do animal. Existe conexão entre os sistemas nervoso, imunológico e endócrino. Se um desses aspectos for prejudicado, o equilíbrio será quebrado com reflexos no funcionamento dos outros sistemas. Um cão que não se exercita, por exemplo, tende não somente a ganhar peso, mas também a ter a imunidade reduzida, a sentir dor e, até mesmo, a adquirir problemas circulatórios.

Donos de animais e médicos-veterinários devem permanecer atentos a sinais que possam acusar privação que cause mal-estar ao animal. Entre eles, mudanças nos hábitos alimentares, a ocorrência de vômitos e o desenvolvimento de comportamento compulsivos, arredios ou mesmo agressivos. É importante informar ao médico-veterinário qualquer 
alteração observada no animal. A partir daí, o profissional realiza exames para identificar a raiz do problema e dar orientações necessárias para o pet ter vida mais confortável e feliz. 

Os médicos-veterinários observam aspectos gerais como a pelagem do animal, possíveis sinais de doenças e comportamentos que indiquem presença de dor. Há também indicadores objetivos que permitem ao profissional constatar se o bem-estar do animal está prejudicado. Por exemplo, a concentração da substância relacionada ao estresse – o hormônio cortisol – pode ser verificada por meio de exames complementares.