quarta-feira, 23 de agosto de 2023

Reflexões e convívio com Cães !!

Escolha do Cão ideal!

Ser responsável na hora de escolher um pet aumenta a qualidade de vida do cão e previne futuros abandonos. Se optar pela compra, fique atento às necessidades e características da raça do animal e escolha a que seja mais compatível com sua rotina e estilo de vida. Se optar pela adoção, procure o máximo de informações sobre o cão e faça uma avaliação das suas características antes de levá-lo para casa. A compra ou adoção de cães por impulso pode gerar arrependimento e transtornos para os pets e toda família.

Estatísticas: A grande quantidade de cães soltos e desamparados nas ruas de todo o Brasil é reflexo do alto número de abandonos e da reprodução indiscriminada entre esses animais. O que já era preocupante antes da pandemia (Covid-19) - quando muitas famílias adotaram novos bichinhos para fazer companhia – teve um aumento significante: abandonos conforme as coisas foram se normalizando, muitas pessoas não puderam mais dar a atenção e a assistência necessárias aos cães, o que gerou muito estresse para eles e consequentemente toda a família.


Dados da Organização Mundial da Saúde apontam que há aproximadamente 30 milhões de animais abandonados no Brasil, sendo 10 milhões de gatos e 20 milhões de cães. Segundo estudos da Associação Amigos dos Animais de Campinas (AAAC), a falta de consciência é a principal causa do abandono. Não podemos somente relacionar o fator econômico para o abandono, a falta de conscientização e campanhas de castração também são fatores preponderantes para as procriações indesejadas. Muitas vezes, os donos também não castram seus cães que, num descuido, acabam cruzando e gerando vários filhotes que vão parar nas ruas.

Considerações gerais na hora da escolha de um Cão:

1 – Estilo de vida compatível com o cão - A primeira avaliação a fazer é saber se terá condições financeiras para manter o cão saudável em todos os aspectos, qualidade de vida e o bem-estar dele. Por exemplo, se você for uma pessoa que trabalha muito tempo fora de casa ou pratica uma vida social que fique muito tempo longe do cão, procure por cães mais independentes, que não sejam de raças muito apegadas ao convívio social. Lembrando que nesse aspecto o fator da criação também irá influenciar muito na independência deles. Cães adotados têm uma grande tendência ao apego excessivo, entendendo-se que, muitas vezes, eles foram maltratados e abandonados por outras pessoas.

2 – Adaptação em cada fase da vida do cão – Quando levamos um animal de estimação para casa, independente da sua idade, devemos dedicar tempo até que ele se habitue à nova rotina. Levando-se em consideração a idade do cão, filhotes e idosos exigirão muito mais atenção e cuidados até que se adaptem à nova matilha e seu espaço nela. Faça essa adaptação sempre de forma natural e tranquila. A adaptação é um processo que requer paciência, pois, nas primeiras semanas, ele perderá suas antigas referências e novas rotinas poderão ser aprendidas. A nova família precisará dedicar bastante atenção e mostrar como se portar e o que espera dele – assim como a família também deve se adequar ao comportamento e necessidades do animal. Os cães idosos sofrem mais com essa adaptação, pois, muitas vezes, eles estavam há muito tempo com outra família, tinham segurança e atenção e, de repente, perdem toda essa referência. Quem adota um cão idoso tem a missão de recuperar a confiança que ele perdeu nessa transição. Porém os cães idosos normalmente são muito gratos a quem os acolhe na velhice, retribuindo com muito amor e carinho.

3 – Fator energia do cão – Um passo muito importante para tomar a decisão de adotar um cão é ter certeza de que sua nova família terá condições de gastar a energia necessária dele. Não importa o tamanho do cachorro. Todos precisam de espaço para se exercitar e explorar ambientes – uns mais, outros menos. O gasto de energia traz equilíbrio, relaxamento e bem-estar. Cães de porte grande necessitam de espaços maiores, mas os de pequeno porte também precisam de locais onde possam se exercitar, explorar e praticar atividades que aumentem a qualidade de vida. Pets que vivem em espaços maiores como quintais e jardins gastarão energia com mais facilidade; do contrário, ficarão mais dependentes das saídas com seu dono. Mas é muito importante ressaltar que, mesmo vivendo em espaços maiores, o estímulo dos donos para realizar atividades e a interatividade são necessários. Os pets que não vivem em grandes espaços precisam ser levados com bastante frequência aos passeios e em locais que eles possam correr e se socializar com outros cães. Passeios nunca são demais, duas vezes ao dia seria uma boa quantidade para uma vida mais saudável, física e mentalmente falando.

4 – Tipo de atenção e carinho que os cães necessitam – Há quem adote ou compre um pet por impulso ou mesmo por um pedido de um filho, mas, independente do motivo, deve-se ter em mente que os cães são seres sensíveis e apegados à sua “matilha”. A necessidade de atenção dos cães é diferente da dos humanos, eles precisam fazer parte de atividades funcionais com os membros da sua família, serem úteis e terem um propósito de vida. Os “mimos” para eles não importam tanto, ou seja, carinho para eles é interatividade. Temos que ter a consciência de que os cães não podem ser esquecidos e deixados de lado quando não forem mais novidade, ter um cão é estilo de vida. Para as crianças, deve ficar bem claro que os pets não são brinquedos – precisa ter respeito com eles. Quando há um relacionamento de respeito e cuidado, cumprindo tarefas e responsabilidades com o cão, a qualidade de vida de todos melhora.

5 – Segurança e Limpeza – Planejar antes os locais estratégicos de que o cão vai necessitar. Ter certeza se poderá proporcionar ao cão um espaço adequado para relaxar, dormir, se está protegido de temperaturas extremas e com segurança. Local exclusivo para fazer as necessidades, longe de onde dorme e come. Manter sempre esse local limpo para evitar contaminação e doenças também deve ser planejado. Além da manutenção para locais limpos, também deve ser constante a limpeza do próprio animal, o que demanda escovação, banhos constantes e tosa - dependendo da raça -, para a remoção de pelos mortos e nós que possam causar desconforto e eventuais problemas com parasitas. Todos esses cuidados criarão afeto e um enorme vínculo entre cão e dono.

6 – Saúde clínica e cuidados veterinários – Fazer um levantamento dos custos anuais de despesas médicas e de saúde também é um fator muito importante. Muitas pessoas adotam pets sem fazer um levantamento financeiro adequado e depois se desfazem dos animais por não poderem cumprir com as obrigações básicas de saúde deles. A rotina de cuidados deve contemplar desde as vacinas obrigatórias até as opcionais, recomendadas conforme o ambiente em que o cão vive. Igualmente importantes são a vermifugação – essencial na prevenção de doenças e controle de pulgas e carrapatos – e as consultas veterinárias frequentes de acordo com cada cão. Investir em uma alimentação adequada e de qualidade também é muito importante para uma boa saúde do pet.

7 – Raça e Porte do cão – O fator beleza não pode ser o único requisito levado em consideração na hora de decidir por uma raça. Muitas vezes, temos o sonho de conviver com uma raça específica, pela beleza ou características próprias, mas procure saber quais demandas a raça exige, veja se será possível atendê-las. Para quem vive no campo ou em casa com terreno grande, cães de porte médio e grande são mais adequados. Na cidade e quem mora em apartamento ou casa pequena, cães menores são mais fáceis de manusear. Um Pit Bull, por exemplo, não é indicado para apartamento, enquanto um Yorkshire correria muitos riscos em uma fazenda. Além do porte, vale considerar o temperamento e o nível de energia da raça, se costuma ser mais reservada com estranhos ou se é de fácil socialização. Isso ajudará no bom convívio com vizinhos e amigos.

Importante: Procure saber se o cão veio de um canil ou abrigo idôneo, para não contribuir com as “fábricas” de filhotes.

8 – Despesas extras – É fundamental saber que além das despesas essenciais comentadas na matéria, existem outras que acabam incorporando nos nossos custos. Contratação de um profissional adestrador para cuidar dos ensinamentos e disciplina do cão. A manutenção de objetos e utensílios de uso do cão. Custos de hotéis, creches ou profissionais para poder viajar ou melhorar a socialização com outros cães. Doenças ou acidentes inesperados que possam gerar custos de consultas extras, medicamentos, exames, procedimentos cirúrgicos e outros tratamentos.


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